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CARTA ABERTA

AOS FISIOTERAPEUTAS COM INTERESSE E PRÁTICA CLÍNICA EM CONDIÇÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS

Publicado a 30/03/2020

Temática: Formações online e webinars na área da Fisioterapia Músculo-Esquelética.

Caro/a Fisioterapeuta,

 

Neste momento de confinamento domiciliário para muitos de nós, têm-se multiplicado as ofertas formativas em formato e-learning dirigidas à comunidade de Fisioterapeutas com interesse na área das condições músculo-esqueléticas. Este é um aspeto que o Grupo de Interesse em Fisioterapia Músculo-Esquelética (GIFME) valoriza e incentiva, esperando que tal faça parte e contribua para o processo de formação contínua e diferenciação nesta área.


Durante a atual crise de Saúde Pública devido à COVID-19 tem sido demonstrada a importância da adoção de modelos de prática informados pela melhor evidência científica disponível, para a qual muito contribui o recurso a fontes fidedignas de informação. Lembramos que muitos Fisioterapeutas estão na linha da frente desta luta coletiva e cujas ações e práticas são certamente orientadas pelas recomendações internacionais e melhor conhecimento disponível. A Fisioterapia, como profissão de saúde, não se pode alienar desta perspetiva nem da sua responsabilidade de contribuir para a criação, tradução, disseminação e transposição clínica de conteúdos credíveis e de qualidade. 


Neste sentido, gostaríamos de alertar para a ampla partilha de ofertas formativas direcionadas a Fisioterapeutas envolvendo conteúdos:

  1. Não suportados pela melhor evidência científica disponível e, por inúmeras vezes, não obedecendo a critérios tão elementares como a plausibilidade biológica; 

  2. Não pertencentes ao corpo de conhecimentos da Fisioterapia.

Cabe assim ao GIFME reforçar que, para além de não assegurar benefícios, estas práticas não são isentas de risco tanto para o utente como para o próprio Fisioterapeuta. Os Fisioterapeutas deverão em todos os momentos considerar os riscos legais em que podem incorrer ao adotar práticas de outras classes profissionais bem como a obrigação moral e responsabilidade social em oferecer cuidados efetivos e seguros para os utentes. Por essa razão, é da nossa responsabilidade aconselhar os Fisioterapeutas a atuar na área das condições músculo-esqueléticas a adotar uma atitude crítica no que toca ao conteúdo e qualidade de atuais ofertas formativas (muitas delas gratuitas), e de rejeição quando as mesmas não se coadunam com os princípios de prática informada pela evidência e corpo de conhecimentos inerentes à Fisioterapia. Com esse objetivo, o GIFME tem desenvolvido ferramentas de apoio ao Fisioterapeuta, como é exemplo o “Algoritmo para Escolha de Cursos de Curta Duração”.


Terminamos esta breve carta relembrando que a adoção de modelos de prática e formação informado pela melhor evidência disponível valoriza a nossa profissão e o seu corpo de conhecimentos, bem como a sua imagem na nossa Sociedade e comunidade científica.

Atentamente,


Grupo de Interesse em Fisioterapia Músculo-Esquelética
30 de Março de 2020

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